quinta-feira, 21 de março de 2013

Justiça do Trabalho condena Nestlé por irregularidades em fábrica na Bahia


A multinacional de alimentos Nestlé foi condenada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da Bahia a pagar indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos e a corrigir imediatamente práticas trabalhistas consideradas ilegais pela Justiça em sua unidade de Feira de Santana (110 km de Salvador).

A empresa afirma que cabe recurso da decisão e diz cumprir a legislação.

Em decisão unânime de sua Quinta Turma, o TRT-BA proibiu a Nestlé do Brasil e a Nestlé Nordeste de exigirem realização de mais do que duas horas extras por dia a seus funcionários. A empresa ainda terá de garantir um intervalo mínimo de 11 horas entre cada jornada, conceder folgas em feriados e criar intervalos de 15 minutos para quem trabalha menos de seis horas, e de uma hora para jornadas superiores.

Também não poderá mais manter contrato com uma empresa de recursos humanos para terceirização de atividades internas dentro da fábrica.

A ação foi movida pelo Ministério Público do Trabalho.

"A terceirização irregular vem sendo usada com o intuito de driblar a Justiça, uma vez que o empregado é contratado por uma empresa para prestar serviços dentro de outra empresa, submetendo-se a ordens de funcionários da empresa contratante", diz na ação o procurador do Trabalho Alberto Balazeiro.

A unidade na Nestlé em Feira, uma das mais novas da empresa de origem suíça, integra projeto de regionalização da marca, sendo voltada a consumidores de baixa renda, segundo a página da Nestlé na internet.

A mesma fábrica já havia sido alvo de outros 11 flagrantes de irregularidades em ações da Gerência Regional do Trabalho e Emprego, conforme o processo do caso.

A decisão se deu após recurso da empresa contra uma sentença de primeira instância da Justiça do Trabalho em Feira de Santana, em maio do ano passado. O acórdão da decisão mais recente ainda não foi publicado, mas o julgamento aconteceu na terça-feira (19.03.2013), em Salvador.

Outro Lado

Procurada, a Nestlé Brasil informou que a decisão não é definitiva, que cabe recurso e que "não comenta casos sub júdice".

A nota da companhia diz ainda que a Nestlé "cumpre rigorosamente a legislação trabalhista brasileira, em todos os seus aspectos, e adota práticas mundialmente reconhecidas para assegurar total respeito aos seus colaboradores, por meio de seus princípios de gestão empresarial".

Desde 1921 no país, a Nestlé diz empregar mais de 20 mil pessoas, produzir 1,4 milhão de toneladas de alimentos por ano e ser líder nacional em ramos como leite em pó, biscoitos, chocolates e cereais matinais.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 21.03.2013

Um comentário:

  1. em goiania uma empresa chamada; GYNSOL SORVETES GOIANIA demitiu mais de 40 funcionarios, nao pagando absolutamente nada, sequer o aviso previo, e ainda fgts nao depositado, a GYNSOL informou que nao pagou os funcionario devido o nao pagamento da quebra de contrato por parte da nestle, os funcionario estao em meio a essa querra entre as empresas sendo prejudicado em plena crise no pais.........

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