O
ex-presidente Michel Temer avalia que o presidente Jair Bolsonaro pode tentar
dar um golpe a fim de não aceitar o resultado de eventual derrota eleitoral no
ano que vem. Na visão de Temer, seria uma reação parecida com a do
ex-presidente Donald Trump, que contestou a vitória de Joe Biden e incentivou a
invasão do Congresso americano em 6 de janeiro.
Os
ex-presidentes Lula e FHC defendem que o PT e o PSDB fortaleçam os laços com
militares legalistas e ex-bolsonaristas arrependidos, como o general da reserva
Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Temer,
que tem boas relações com as Forças Armadas, também acredita que o caminho é
prestigiar os militares da ativa e da reserva que resistem a tentações
golpistas. Na visão dele, um golpe não seria aceito pela maioria dos militares
da ativa, caso Bolsonaro jogue essa carta.
Em
resumo, os três ex-presidentes consideram que é melhor não esticar a corda, que
seria tudo o que Bolsonaro desejaria para tentar quebrar o período democrático
que o Brasil vive desde 1985, quando acabou a ditadura militar de 1964.
O
encontro entre Lula e FHC no início de maio foi um ato importante para
valorizar a política, atividade demonizada pela Lava Jato e setores da imprensa
nos últimos anos. Bolsonaro é resultado direto da negação política, costuma
dizer Lula. Hoje, FHC concorda com ele.
Venceu
uma batalha
Ao livrar o general
Eduardo Pazuello de punição por ter ido a um ato político, o que é proibido
pela Constituição e o regulamento do Exército, Bolsonaro tenta vender a ideia
de que teria o controle das Forças Armadas para um eventual golpe. Falso.
A decisão do Alto Comando
do Exército desagradou a Marinha e a Aeronáutica. O perdão a Pazuello também
contrariou setores do próprio Exército, da ativa e da reserva. Bolsonaro ganhou
uma batalha ao passar a mão na cabeça de Pazuello, mas não venceu a guerra.
Fonte: Transcrição do site
Uol, reportagem de Kennedy Alencar
Nenhum comentário:
Postar um comentário