sábado, 12 de junho de 2021

Grampo em telefone de mulher levou a polícia ao esconderijo de Ecko

 

Interceptação telefônica da mulher de Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da maior milícia do estado, foi um dos elementos usados pela Polícia Civil do Rio para realizar a operação deste sábado, dia 12, que terminou com o criminoso capturado e morto em seguida, após ter sido baleado.


                                                       Criminoso mudou o visual

 

Por cinco meses, vários alvos do processo que corre em sigilo na 1ª Vara Criminal Especializada em Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) sobre a atuação da milícia na Zona Oeste da Cidade tiveram suas conversas telefônicas grampeadas com autorização da Justiça. Entre eles, a mulher do miliciano.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Ecko já chegou morto ao hospital Miguel Couto, no Leblon. Em razão da data, a operação foi denominada Dia dos Namorados. Ao longo de seis meses de investigação, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPim) concluiu, com base em informações da inteligência, que este seria o dia ideal para capturá-lo.

DRCPim trabalhou com as delegacias de Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Combate às Drogas (Dcod). A Polícia Civil mirou nos crimes da milícia, principalmente na Zona Oeste, incluindo contrabando de cigarros, água, gás e transporte alternativo, além de farmácias para lavagem de dinheiro. Diante do trabalho policial, o prejuízo para a organização ultrapassou R$ 50 milhões.

Apesar de ser réu em nove processos criminais, Ecko circulava pela cidade escoltado por seguranças, frequentava casas em bairros nobres e dialogava com policiais, traficantes e pistoleiros. Ele chefia o maior consórcio criminoso do Rio: sua milícia, antes restrita à Zona Oeste, que agora está presente em 20 bairros da capital e outros seis municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde.

Numa comparação com a criminalidade advinda do tráfico de drogas, a milícia de Ecko, composta majoritariamente de ex-membros do tráfico e não mais de policiais, é hoje maior que cada uma das três maiores facções criminosas do Rio de Janeiro, pelo critério de áreas dominadas.

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