Interceptação telefônica da mulher de
Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da maior milícia do estado, foi um dos
elementos usados pela Polícia Civil do Rio para realizar a operação deste
sábado, dia 12, que terminou com o criminoso capturado e morto em
seguida, após ter sido baleado.
Por cinco meses, vários
alvos do processo que corre em sigilo na 1ª Vara Criminal Especializada em
Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ)
sobre a atuação da milícia na Zona Oeste da Cidade tiveram suas conversas
telefônicas grampeadas com autorização da Justiça. Entre eles, a mulher do
miliciano.
Segundo a Secretaria
Municipal de Saúde, Ecko já chegou morto ao hospital Miguel Couto, no Leblon.
Em razão da data, a operação foi denominada Dia dos Namorados. Ao longo de seis
meses de investigação, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade
Imaterial (DRCPim) concluiu, com base em informações da inteligência, que este
seria o dia ideal para capturá-lo.
DRCPim
trabalhou com as delegacias de Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Combate
às Drogas (Dcod). A Polícia Civil mirou nos crimes da milícia, principalmente
na Zona Oeste, incluindo contrabando de cigarros, água, gás e transporte
alternativo, além de farmácias para lavagem de dinheiro. Diante do trabalho
policial, o prejuízo para a organização ultrapassou R$ 50 milhões.
Apesar de ser réu em nove processos criminais, Ecko
circulava pela cidade escoltado por seguranças, frequentava casas em bairros
nobres e dialogava com policiais, traficantes e pistoleiros. Ele chefia o maior
consórcio criminoso do Rio: sua milícia, antes restrita à Zona Oeste, que agora
está presente em 20 bairros da capital e outros seis municípios da Baixada
Fluminense e da Costa Verde.
Numa comparação com a criminalidade advinda do tráfico
de drogas, a milícia de Ecko, composta majoritariamente de ex-membros do
tráfico e não mais de policiais, é hoje maior que cada uma das três maiores
facções criminosas do Rio de Janeiro, pelo critério de áreas dominadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário