Analistas
do mercado financeiro já preveem recessão econômica no Brasil devido ao avanço
do novo coronavírus. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em
2020 é de -0,48%. Na semana passada, a estimativa era de crescimento na casa do
1,48%.
Os desafios provocados pela pandemia e as
medidas necessárias para evitar sua propagação, como o distanciamento social e
fechamento de setores não essenciais — seguindo recomendação de autoridades de
saúde, como a própria Organização Munidal da Saúde (OMS) –, já impactam a
economia global, o que o mercado financeiro também prevê que ocorrerá no
Brasil. Os dados estão no Boletim Focus divulgado
nesta segunda-feira, 30, pelo Banco Central.
Esta foi a sétima vez consecutiva que economistas revisaram o
PIB. No início do ano, os especialistas estimavam crescimento na casa dos 2,3%.
Na semana passada, o Banco Central revisou a estimativa, com um PIB estagnado
em 2020. A previsão atual do Ministério da Economia também é de economia
parada, de 0,02% neste ano. A recessão do PIB brasileiro não ocorre desde 2016,
ano do impeachment de Dilma Rousseff, quando o PIB caiu 3,3%. Nos últimos três
anos, o crescimento tem sido na casa de 1%, sendo 1,3% em 2017 e 2018 e 1,1% no
ano passado.
Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde divulgados no
domingo, 136 pessoas já morreram no Brasil em decorrência da Covid-19, nome da
doença causada pelo novo coronavírus. Ao todo, 4.256 casos foram confirmados no
país.
Juros
Economistas passaram a estimar também mais
queda na taxa básica de juros, a Selic ao fim de 2020. Com isso, a
projeção passa dos 3,75% para 3,50%. O Banco Central já fez um corte na Selic
para tentar mitigar os danos causados pelo novo coronavírus, passando de 4,25%
para 3,75%.
Além da revisão para o PIB, os analistas
ouvidos pelo Banco Central também reduziram as projeções para o Índice de
Preços ao Consumidor Amplo, IPCA , que mede a inflação oficial no país. Com
menos demanda de produtos, os preços tendem a não acelerar tanto. A previsão
para o indicador saiu de 3,04% para 2,94% no ano. O valor está abaixo da meta
estabelecida de 4% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN),mas dentro da margem
de erro, que é de meio ponto porcentual para mais ou para menos.
A projeção para o dólar se manteve em 4,50 reais. Na semana
passada, a moeda americana voltou a fechar a semana acima da casa dos 5 reais
(a 5,10 reais). A aversão ao risco faz que investidores tirem dólares do país
para colocar em papéis mais seguros, sendo esse um dos motivos para a disparada
da moeda.
Fonte: Veja online
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