quarta-feira, 25 de março de 2020

"Eu fiz sozinho", diz Bolsonaro sobre discurso em rede nacional


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou nesta quarta-feira (25) que tenha recebido ajuda para escrever o texto do discurso feito na noite de ontem (24) em rede nacional.

“Eu fiz sozinho. Vocês inventaram que o gabinete do ódio fez o discurso. Eu que fiz o discurso. Eu que escrevi o discurso. Eu sou responsável pelos meus atos”, apontou.

Bolsonaro foi questionado sobre a repercussão negativa e as críticas que recebeu dos outros chefes dos poderes. “Ser criticado por quem? Por quem nunca fez nada pelo Brasil? Estou muito feliz com as críticas.”

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o vice-presidente da Casa, Antônio Anastasia, divulgaram uma nota ainda ontem criticando a postura de Bolsonaro durante o discurso e caracterizaram como ‘grave’ seu posicionamento, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19 e à imprensa. 

Sobre a nota, Bolsonaro se limitou a dizer: “É um direito dele. Mas se eu falo um “a” contra eles, é uma crise institucional. Quero solução. Vou ligar para o Davi hoje, se bem que ele ainda está confinado. Vou ligar para ele”, disse.

Bolsonaro ainda foi questionado se os dois nomes de pacientes com testes positivos para o novo coronavírus sonegados à Justiça pelo Hospital das Forças Armadas (HFA) fazem parte do governo. “Não sei rapaz. Que omitiu? Está acusando o HFA de mentir, rapaz? Você acha que estou escondendo alguma coisa? Está na lei que esses laudos é segredo. Quiser que eu te mando a lei, eu mando a lei pra você aqui. Respeita a lei, pô”, concluiu.

Discurso

Durante os quatro minutos em que discursou na noite de ontem (24), Bolsonaro defendeu a reabertura de escolas, o fim do confinamento e ainda culpou a mídia por ‘histeria’.  Em outro trecho, ele defendeu a volta da ‘normalidade’ no país.

“O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. empregos devem ser mantidos, o sustento da família deve ser preservado. Devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo têm mostrado que um grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?”, questionou.

Fonte: Publicação Correio Braziliense

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