quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Moro autoriza envio de tropas da Força Nacional para o Ceará

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou  o envio da Força Nacional para o Ceará "a fim de proteger a população cearense, em razão de movimento paredista por parte das polícias estaduais do Ceará".
O envio será feito nesta quinta-feira (20.02.20) e deve permanecer no estado por 30 dias. "A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública", detalha a portaria assinada nesta quarta-feira (19.02.20).

Invasão de batalhões

 

 

Policiais organizam desde a tarde de terça-feira (18) motins em cidades do Ceará, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. Pelo menos quatro batalhões da Polícia Militar foram invadidos e tiveram veículos retirados do local e pneus esvaziados.

·    12º Batalhão de Caucaia, Região Metropolitana: na tarde de terça, homens esvaziaram os pneus de veículos da PM. No local, estavam agentes de segurança de plantão, além de mulheres e familiares de policiais.
·  17º Batalhão, Bairro Conjunto Ceará: na madrugada de quarta, cerca de 20 pessoas mascaradas invadiu o pátio do batalhão e usou facas para rasgar pneus de veículos da polícia na manhã desta quarta.
·   22º Batalhão, Bairro Papicu, em Fortaleza: ainda na madrugada de quarta, dez veículos foram levados da corporação policiais por um grupo de cerca de 30 pessoas.
·    18º Batalhão, Bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza: na manhã desta quarta, viaturas oficiais tiveram pneus furados por pessoas encapuzadas.

Em cinco cidades do interior – Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Iguatu e Sobral –, batalhões amanheceram fechados nesta quarta.

"Parte [dos autores dos atos grevistas] já foi identificada e estamos trabalhando para identificar todos. Tem pessoas também se identificando como esposas de policiais e elas vão responder também por crimes, ninguém ficará de fora. Tem mulheres colocando até mesmo crianças na porta de um quartel. Elas [mulheres de PMs] podem responder a crimes de revolta e todas serão investigadas e, inclusive, por atos de vandalismo", afirmou o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa.

"Nós temos grupos que estão realmente paralisados, não estão trabalhando. Esses grupos de policiais que nós estamos apurando e que todos responderão pelos crimes militares. Vão responder por motins, por revolta, insubordinação", completou o secretário.

A proposta de reestruturação salarial tramita na Assembleia Legislativa do Ceará. O projeto do Governo do Estado propõe que salário-base de um soldado será de R$ 4,5 mil, com aumento progressivo até 2022. O salário atual da categoria é de R$ 3,2 mil. A proposta inicial, rejeitada pelos policiais, era aumento para R$ 4,2 mil até 2022.

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