O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio da Força Nacional para o Ceará "a fim de proteger a população cearense, em razão de movimento paredista por parte das polícias estaduais do Ceará".
O envio será feito nesta quinta-feira (20.02.20) e deve permanecer no estado por 30 dias. "A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública", detalha a portaria assinada nesta quarta-feira (19.02.20).
Invasão de batalhões
Policiais organizam desde
a tarde de terça-feira (18) motins em cidades do
Ceará, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. Pelo
menos quatro batalhões da
Polícia Militar foram invadidos e tiveram veículos
retirados do local e pneus esvaziados.
· 12º Batalhão
de Caucaia, Região Metropolitana: na tarde de terça, homens esvaziaram os pneus
de veículos da PM. No local, estavam agentes de segurança de plantão, além de
mulheres e familiares de policiais.
· 17º Batalhão,
Bairro Conjunto Ceará: na madrugada de quarta, cerca de 20 pessoas mascaradas
invadiu o pátio do batalhão e usou facas para rasgar pneus de veículos da
polícia na manhã desta quarta.
· 22º Batalhão,
Bairro Papicu, em Fortaleza: ainda na madrugada de quarta, dez veículos foram
levados da corporação policiais por um grupo de cerca de 30 pessoas.
· 18º Batalhão,
Bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza: na manhã desta quarta, viaturas oficiais
tiveram pneus furados por pessoas encapuzadas.
Em cinco cidades do
interior – Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Iguatu e Sobral –, batalhões
amanheceram fechados nesta quarta.
"Parte [dos autores dos atos grevistas]
já foi identificada e estamos trabalhando para identificar todos. Tem pessoas
também se identificando como esposas de policiais e elas vão responder também
por crimes, ninguém ficará de fora. Tem mulheres colocando até mesmo crianças
na porta de um quartel. Elas [mulheres de PMs] podem responder a crimes de
revolta e todas serão investigadas e, inclusive, por atos de vandalismo",
afirmou o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa.
"Nós temos grupos que estão realmente
paralisados, não estão trabalhando. Esses grupos de policiais que nós estamos
apurando e que todos responderão pelos crimes militares. Vão responder por
motins, por revolta, insubordinação", completou o secretário.
A proposta de reestruturação salarial tramita
na Assembleia Legislativa do Ceará. O projeto do Governo do Estado propõe que
salário-base de um soldado será de R$ 4,5 mil, com aumento progressivo até
2022. O salário atual da categoria é de R$ 3,2 mil. A proposta inicial,
rejeitada pelos policiais, era aumento para R$ 4,2 mil até 2022.
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