A tentativa de Jair Bolsonaro de interferir
na indicação do Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro quebrou de
vez o que ainda restava de confiança de delegados da cúpula da corporação, de
diferentes partes do país, no presidente. Um pedido de demissão coletiva não
está descartado, caso Bolsonaro insista na investida.
COISA DE LOUCO
As críticas ao presidente são abertas e contundentes. Um dos
policiais mais prestigiados entre os colegas afirma não se recordar de nada parecido
vindo de qualquer outro presidente desde a redemocratização do país.
REPÚBLICA
Na quinta (15.08.19), Bolsonaro anunciou que o superintendente
do Rio seria um nome de sua confiança deslocado de Manaus - o delegado Alexandre Saraiva. Afirmou que
era ele quem mandava e que não seria um presidente “banana”.
PASSO ATRÁS
Horas depois, com a reação contundente da PF, recuou.
AQUI, NÃO
De acordo com um dos policiais, aceitar ingerência de Bolsonaro
na PF significará o fim da corporação - que não seria o espaço apropriado para
ele mostrar que pode mandar e desmandar.
FREUD EXPLICA
O ex-ministro Gustavo Bebianno, que era um dos assessores mais próximos e conviveu intensamente
com Bolsonaro na campanha eleitoral, credita o estilo “eu que mando” do presidente
a “complexos que ele traz do passado”.
EM FRENTE
“O presidente tem revelado extremo grau de insegurança. Essa
coisa de querer mostrar, a ferro e fogo, todo o tempo, que é ele quem manda,
sem escutar a ninguém e sem aceitar qualquer tipo de ponderação, é muito ruim
para o nosso país. O presidente precisa superar os complexos que traz do
passado e mostrar maior grandeza de espírito”, diz Bebianno.
Ele diz ainda que aprendeu com o mestre de jiu-jitsu Hélio
Gracie que o campeão precisa nutrir a nobreza de espírito. “Hoje, o capitão é o
vencedor. É hora de engrandecer a alma”.
Fonte:
Ponto de Vista de Mônica Bergamo - Folha de São Paulo
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